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Disseste…
Que as pedras da Praça 5 de Outubro eram corpo celeste
Que brilhava mais quando respirávamos sorrisos
E caminhávamos de almas levantadas pelos ventos da noite
Arrojados pelas ruas de sentidos que nos espreitavam em cada esquina
Ali … onde havia dias feitos de letras tecidos por uma Penélope expectante
Desfeitos nos murmúrios da noite na esperança de um regresso
(Um novo livro, talvez…?)
Chegava equilibrada na linha de ferro que nos unia nas distâncias
Vinha com a elegância da capital espalhada pelo corpo
Ali … largava a um canto reminiscências de uma outra vida
Despida pelos sons que me percorriam a medula
(Já não era outra, era eu…)
Embriagada pelos risos fluidos numa pista de dança
Onde partilhávamos garrafas de alegria e palavras ao ouvido
Tu disseste…
Que os regressos se teciam na memória de quem não esquece
Que outras noites desceriam continuamente o Almonda
E girariam como o destino na tarambola à margem da pedra
Onde pousámos os copos vazios
horas antes erguidos
Às memórias dos sonhos por vir
Amanhecíamos nas ausências prolongadas que preenchemos
Com alguns minutos de olhares em silêncio
E fotografias guardadas no disco rígido das máquinas
Interrompíamos a ordem com gargalhadas
Que fariam desta ... todas as outras madrugadas!
DV